MOVIMENTO MOVIDO A 4 PATAS
  • MM 4 Patas
    • Quem Somos
    • Objetivos
    • Contactos
    • Parceiros
    • Leis e Direitos >
      • Petições
    • Política de privacidade
  • Ajudar
    • Adotar
    • Artigos
    • Donativo
    • Voluntariado
  • Atividades
  • Projetos
    • Aldeia dos Gatos
    • Casa de Família
  • Media
  • Notícias
    • Dica da Semana

O último Natal da Nina

25/12/2016

Comentários

 
Imagem
Naquela noite fria e chuvosa, Nina dormia aninhadinha com os irmãos e mãe.
Nada como o calor de uma mãe junto de nós.
De repente, chegou uma senhora de baixa estatura e disse:
-”Quero esta!”
Um homem agarrou-a! Enquanto observada pela senhora de baixa estatura, olhou pela última vez para os irmãos que continuavam aninhados. A mãe por sua vez, saltava ansiosa para que a devolvessem... Os passos afastavam-na da mãe e dos irmãos… Com o coração acelerado, mais parecendo um comboio de alta velocidade… deixou-se ir. Uma tristeza enorme invadiu-a.
Chegadas a um carro, meteram-na numa caixa de cartão com uma mantinha minúscula e fecharam a caixa.
Ouviu um barulho e pensou: - “Devem ir comigo a algum lado, vou ficar caladinha.” 
O carro parou, ouviu uma campainha e entraram numa casa. Algo se passava ali porque havia música e muita gente. Pousaram a caixa no chão e alguém começou a abri-la.
-“ Oh que fofinha, é uma amiguinha para o Spike!”.
Era dia de Natal. O último dia de Natal para Nina.
Nina, durante os 3 anos seguintes, foi mãe 9 vezes. Aos 4 anos de idade tinha tido, 35 filhos e todos eles nunca significaram mais do que dinheiro para prendas de Natal. Mal terminava uma gravidez, sabia que pouco tempo lhe sobraria. Aos 4 anos para Nina já era normal, sabia que não teria muito tempo com os filhos, que não podia criar laços, e se calhar lá na cabeça dela, até desejaria que todos nascessem mortos, que isto não continuasse a acontecer. Aos 4 anos, as mamas roçavam o chão, não tinha praticamente dentes, custava-lhe comer, a ração era dura e não tinha sabor.
Nina estava a desistir. A alma esvaía-se e cada vez que a dona se aproximava com a vassoura, o medo era tanto que a urina lhe corria sem que a conseguisse conter. Tantas tinham sido as vezes que fora mãe que os músculos já nada contraíam.
Nina, ficava quieta a abanar a cauda e a lamber-se em sinal de submissão. Eram as únicas recordações que tinha, dos ensinamentos da mãe. 
Naquela manhã, a dona pegou-a ao colo. Nunca o tinha feito, desde aquela fatídica noite de Natal. Meteu-a numa transportadora e arrancaram de carro.
Nina agitada, pensava que iria rever a mãe! As saudades que tinha dela! Estariam os irmãos crescidos? Lembrar-se-iam dela? Pararam frente a um sítio onde ladravam muitos cães.
-“Serão os meus manos? Os meus filhos? A mãe?”. Pensou ela!
A dona entrou - “Venho entregar esta porcaria, que só me caga e mija a casa toda! Já não serve para nada, nem para parir! A minha filha agora quer outra uma daquela raça dos narizes achatados.”
Alguém lhe respondeu: - “Mas nós estamos cheios!”
-“Eu trato do assunto, deixem estar!” - Furiosa pegou na caixa e saiu.
Conhecemos a Nina, porque esbarramos com a mulherzinha que a ia entregar. Contada a história, da parte que com certeza a senhora achou favorável, aliás recomendou-nos como uma boa parideira e com gáudio comentava “ Já foi mãe 9 vezes!” 
Quando olhei para a Nina soubemos naquele dia que o seu destino passaria uma pela outra, prometemos-lhe que nunca mais passaria nenhuma privação daquelas, e ela em troca só tinha que confiar em nós. No veterinário ficamos a saber que devido ao sem número de partos, teve de retirar uma grande parte do intestino. Esteve às portas da morte e tenho a certeza que o nosso pacto surtiu efeito.

Hoje está adoptada por uma família maravilhosa, que aos poucos lhe tem vindo a apagar o pesado passado, com amor e carinho… 

Nina não se esqueceu do quanto apanhou com a vassoura. Ainda se urina cada vez que alguém se aproxima com uma, mas partilha o jardim com borboletas e gatos, faz covinhas no relvado, e brinca com o Jaime o neto da adoptante.

Quando oferecer um animal, lembre-se que a sua responsabilidade é sua.
Lembre-se da forma como estes animais nascem, do desprezo a que são votados, da tristeza que são as suas vidas em que muitas vezes não chegam a conhecer o que é o amor, ou o que é a luz do dia.
O Natal, é uma época de amor. Não prive uma mãe de um filho e muito menos veja um filho como uma prenda, um filho seja de quem for é sempre um filho! Um animal tem sangue como você sente frio, calor, falta de humanidade ou amor. Um animal tem direito como você tem a ser feliz, a sentir os cheiros, os ares a vida.

Um amigo não se compra... Um amigo conquista-se e é para a vida!
Comentários
    Imagem
    Subscrever Newsletter

    Arquivos

    Novembro 2020
    Maio 2020
    Junho 2019
    Maio 2019
    Abril 2019
    Fevereiro 2019
    Janeiro 2019
    Dezembro 2018
    Outubro 2018
    Setembro 2018
    Julho 2018
    Junho 2018
    Março 2018
    Dezembro 2017
    Novembro 2017
    Outubro 2017
    Setembro 2017
    Abril 2017
    Março 2017
    Fevereiro 2017
    Janeiro 2017
    Dezembro 2016
    Novembro 2016
    Outubro 2016
    Setembro 2016
    Agosto 2016
    Julho 2016
    Junho 2016
    Maio 2016
    Abril 2016
    Março 2016

    Feed RSS

Powered by Crie o seu próprio site exclusivo com modelos personalizáveis.
  • MM 4 Patas
    • Quem Somos
    • Objetivos
    • Contactos
    • Parceiros
    • Leis e Direitos >
      • Petições
    • Política de privacidade
  • Ajudar
    • Adotar
    • Artigos
    • Donativo
    • Voluntariado
  • Atividades
  • Projetos
    • Aldeia dos Gatos
    • Casa de Família
  • Media
  • Notícias
    • Dica da Semana