Naquela noite fria e chuvosa, Nina dormia aninhadinha com os irmãos e mãe.
Nada como o calor de uma mãe junto de nós.
De repente, chegou uma senhora de baixa estatura e disse:
-”Quero esta!”
Um homem agarrou-a! Enquanto observada pela senhora de baixa estatura, olhou pela última vez para os irmãos que continuavam aninhados. A mãe por sua vez, saltava ansiosa para que a devolvessem... Os passos afastavam-na da mãe e dos irmãos… Com o coração acelerado, mais parecendo um comboio de alta velocidade… deixou-se ir. Uma tristeza enorme invadiu-a.
Chegadas a um carro, meteram-na numa caixa de cartão com uma mantinha minúscula e fecharam a caixa.
Ouviu um barulho e pensou: - “Devem ir comigo a algum lado, vou ficar caladinha.”
O carro parou, ouviu uma campainha e entraram numa casa. Algo se passava ali porque havia música e muita gente. Pousaram a caixa no chão e alguém começou a abri-la.
-“ Oh que fofinha, é uma amiguinha para o Spike!”.
Era dia de Natal. O último dia de Natal para Nina.
Nina, durante os 3 anos seguintes, foi mãe 9 vezes. Aos 4 anos de idade tinha tido, 35 filhos e todos eles nunca significaram mais do que dinheiro para prendas de Natal. Mal terminava uma gravidez, sabia que pouco tempo lhe sobraria. Aos 4 anos para Nina já era normal, sabia que não teria muito tempo com os filhos, que não podia criar laços, e se calhar lá na cabeça dela, até desejaria que todos nascessem mortos, que isto não continuasse a acontecer. Aos 4 anos, as mamas roçavam o chão, não tinha praticamente dentes, custava-lhe comer, a ração era dura e não tinha sabor.
Nina estava a desistir. A alma esvaía-se e cada vez que a dona se aproximava com a vassoura, o medo era tanto que a urina lhe corria sem que a conseguisse conter. Tantas tinham sido as vezes que fora mãe que os músculos já nada contraíam.
Nina, ficava quieta a abanar a cauda e a lamber-se em sinal de submissão. Eram as únicas recordações que tinha, dos ensinamentos da mãe.
Naquela manhã, a dona pegou-a ao colo. Nunca o tinha feito, desde aquela fatídica noite de Natal. Meteu-a numa transportadora e arrancaram de carro.
Nina agitada, pensava que iria rever a mãe! As saudades que tinha dela! Estariam os irmãos crescidos? Lembrar-se-iam dela? Pararam frente a um sítio onde ladravam muitos cães.
-“Serão os meus manos? Os meus filhos? A mãe?”. Pensou ela!
A dona entrou - “Venho entregar esta porcaria, que só me caga e mija a casa toda! Já não serve para nada, nem para parir! A minha filha agora quer outra uma daquela raça dos narizes achatados.”
Alguém lhe respondeu: - “Mas nós estamos cheios!”
-“Eu trato do assunto, deixem estar!” - Furiosa pegou na caixa e saiu.
Conhecemos a Nina, porque esbarramos com a mulherzinha que a ia entregar. Contada a história, da parte que com certeza a senhora achou favorável, aliás recomendou-nos como uma boa parideira e com gáudio comentava “ Já foi mãe 9 vezes!”
Quando olhei para a Nina soubemos naquele dia que o seu destino passaria uma pela outra, prometemos-lhe que nunca mais passaria nenhuma privação daquelas, e ela em troca só tinha que confiar em nós. No veterinário ficamos a saber que devido ao sem número de partos, teve de retirar uma grande parte do intestino. Esteve às portas da morte e tenho a certeza que o nosso pacto surtiu efeito.
Nada como o calor de uma mãe junto de nós.
De repente, chegou uma senhora de baixa estatura e disse:
-”Quero esta!”
Um homem agarrou-a! Enquanto observada pela senhora de baixa estatura, olhou pela última vez para os irmãos que continuavam aninhados. A mãe por sua vez, saltava ansiosa para que a devolvessem... Os passos afastavam-na da mãe e dos irmãos… Com o coração acelerado, mais parecendo um comboio de alta velocidade… deixou-se ir. Uma tristeza enorme invadiu-a.
Chegadas a um carro, meteram-na numa caixa de cartão com uma mantinha minúscula e fecharam a caixa.
Ouviu um barulho e pensou: - “Devem ir comigo a algum lado, vou ficar caladinha.”
O carro parou, ouviu uma campainha e entraram numa casa. Algo se passava ali porque havia música e muita gente. Pousaram a caixa no chão e alguém começou a abri-la.
-“ Oh que fofinha, é uma amiguinha para o Spike!”.
Era dia de Natal. O último dia de Natal para Nina.
Nina, durante os 3 anos seguintes, foi mãe 9 vezes. Aos 4 anos de idade tinha tido, 35 filhos e todos eles nunca significaram mais do que dinheiro para prendas de Natal. Mal terminava uma gravidez, sabia que pouco tempo lhe sobraria. Aos 4 anos para Nina já era normal, sabia que não teria muito tempo com os filhos, que não podia criar laços, e se calhar lá na cabeça dela, até desejaria que todos nascessem mortos, que isto não continuasse a acontecer. Aos 4 anos, as mamas roçavam o chão, não tinha praticamente dentes, custava-lhe comer, a ração era dura e não tinha sabor.
Nina estava a desistir. A alma esvaía-se e cada vez que a dona se aproximava com a vassoura, o medo era tanto que a urina lhe corria sem que a conseguisse conter. Tantas tinham sido as vezes que fora mãe que os músculos já nada contraíam.
Nina, ficava quieta a abanar a cauda e a lamber-se em sinal de submissão. Eram as únicas recordações que tinha, dos ensinamentos da mãe.
Naquela manhã, a dona pegou-a ao colo. Nunca o tinha feito, desde aquela fatídica noite de Natal. Meteu-a numa transportadora e arrancaram de carro.
Nina agitada, pensava que iria rever a mãe! As saudades que tinha dela! Estariam os irmãos crescidos? Lembrar-se-iam dela? Pararam frente a um sítio onde ladravam muitos cães.
-“Serão os meus manos? Os meus filhos? A mãe?”. Pensou ela!
A dona entrou - “Venho entregar esta porcaria, que só me caga e mija a casa toda! Já não serve para nada, nem para parir! A minha filha agora quer outra uma daquela raça dos narizes achatados.”
Alguém lhe respondeu: - “Mas nós estamos cheios!”
-“Eu trato do assunto, deixem estar!” - Furiosa pegou na caixa e saiu.
Conhecemos a Nina, porque esbarramos com a mulherzinha que a ia entregar. Contada a história, da parte que com certeza a senhora achou favorável, aliás recomendou-nos como uma boa parideira e com gáudio comentava “ Já foi mãe 9 vezes!”
Quando olhei para a Nina soubemos naquele dia que o seu destino passaria uma pela outra, prometemos-lhe que nunca mais passaria nenhuma privação daquelas, e ela em troca só tinha que confiar em nós. No veterinário ficamos a saber que devido ao sem número de partos, teve de retirar uma grande parte do intestino. Esteve às portas da morte e tenho a certeza que o nosso pacto surtiu efeito.
Hoje está adoptada por uma família maravilhosa, que aos poucos lhe tem vindo a apagar o pesado passado, com amor e carinho…
Nina não se esqueceu do quanto apanhou com a vassoura. Ainda se urina cada vez que alguém se aproxima com uma, mas partilha o jardim com borboletas e gatos, faz covinhas no relvado, e brinca com o Jaime o neto da adoptante.
Quando oferecer um animal, lembre-se que a sua responsabilidade é sua.
Lembre-se da forma como estes animais nascem, do desprezo a que são votados, da tristeza que são as suas vidas em que muitas vezes não chegam a conhecer o que é o amor, ou o que é a luz do dia.
O Natal, é uma época de amor. Não prive uma mãe de um filho e muito menos veja um filho como uma prenda, um filho seja de quem for é sempre um filho! Um animal tem sangue como você sente frio, calor, falta de humanidade ou amor. Um animal tem direito como você tem a ser feliz, a sentir os cheiros, os ares a vida.
Um amigo não se compra... Um amigo conquista-se e é para a vida!